As cada vez mais intensas mudanças climáticas tem um impacto direto e alarmante sobre o cotidiano dos brasileiros, especialmente para aqueles que dependem de seus veículos. Longe de serem apenas transtornos no trajeto, carros se tornam vulneráveis a danos severos e custosos — uma ameaça tangível e crescente ao patrimônio do motorista, impondo um ônus financeiro inesperado e significativo.
Fenômenos naturais têm sido associadas ao agravamento desses fenômenos, tornando sua previsibilidade mais desafiadora. O impacto direto em veículos estacionados em vias públicas, em garagens subterrâneas ou mesmo em trânsito pode ser devastador. Carros submersos em enchentes sofrem danos severos e, muitas vezes, irreversíveis nos sistemas elétrico, mecânico e estrutural.
Levando tudo isso muitos outros elementos em conta, é importante que o proprietário de carros tenha plena ciência de tudo o que precisa saber para escolher as melhores opções de proteção ao seu veículo.
Tipos de danos aos veículos
O impacto direto desses eventos em veículos estacionados em vias públicas, em garagens subterrâneas ou mesmo em trânsito pode ser devastador. Carros submersos em enchentes sofrem danos severos e, muitas vezes, irreversíveis nos sistemas elétrico, mecânico e estrutural.
Chuvas de granizo, vendavais, enchentes, deslizamentos e quedas de árvores representam riscos de impacto direto ou mesmo danos internos por conta da água e/ou terra acumulada na mecânica do carro, sendo danos consideráveis, que impõem custos de reparo elevados para as famílias brasileiras.
Seguros e proteções veiculares: alternativas frente aos fenômenos naturais
Diante do risco crescente de danos causados por fenômenos naturais, a busca por formas de proteção financeira para o veículo se torna essencial. Duas modalidades principais se apresentam no mercado brasileiro, cada uma com sua natureza, vantagens e riscos: o seguro automóvel tradicional, regulado pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), e a proteção veicular, oferecida por associações mutualistas e também sujeita à supervisão da SUSEP (Lei Complementar 213/2025).
A escolha entre seguro e proteção veicular, particularmente no que se refere à cobertura de eventos climáticos, exige uma análise cuidadosa das características de cada modalidade:
Custo e previsibilidade
O Seguro tradicional oferece um prêmio fixo e previsível durante a vigência da apólice (geralmente 1 ano). Já na cotação de proteção veicular, o custo inicial tende a ser menor, mas a mensalidade é variável, pois depende do rateio dos sinistros ocorridos no grupo naquele período.
Garantia de pagamento
Seguradoras são legalmente obrigadas a manter reservas técnicas robustas, fiscalizadas pela SUSEP, garantindo sua capacidade de indenizar mesmo em caso de sinistros em massa. Na proteção veicular, a garantia de pagamento está baseada na saúde financeira da associação e na capacidade do grupo de associados de arcar com o rateio total dos prejuízos.
Cobertura específica para eventos climáticos
O seguro tradicional (apólice compreensiva) cobre tipicamente danos por enchentes, granizo e afins. É crucial, no entanto, verificar as condições da apólice e as exclusões, como danos causados por negligência do condutor.
A proteção veicular também pode incluir a cobertura para esses eventos em seus regulamentos e até ser mais leniente com algum possível erro ou descuido do responsável pelo carro, mas é necessário ter certeza de que sua cobertura é feita por uma instituição capacidade real da associação de honrar essa cobertura em caso de desastre em larga escala.
Termos contratuais e processo de sinistro
Termos contratuais e processo de sinistro também divergem. Seguros tradicionais operam sob contratos padronizados e regulados com prazos legais para indenização. Na proteção veicular, os termos podem variar e o processo de sinistro pode ser menos complexo e burocrático e com prazos menos rígidos.
Medidas Preventivas do condutor diante de riscos climáticos
Além da proteção financeira, o motorista pode adotar medidas práticas para reduzir a exposição do veículo a danos por fenômenos naturais:
- Monitorar alertas meteorológicos e avisos de órgãos de defesa civil antes de viajar ou em dias de previsão de eventos severos;
- Evitar circular ou estacionar em áreas conhecidas por alagamentos, deslizamentos ou quedas de árvores durante ou imediatamente após chuvas intensas;
- Não tentar atravessar ruas alagadas, já que a água pode ocultar obstáculos. A profundidade pode ser maior do que parece, e a infiltração de água no motor e na eletrônica causa danos caríssimos e muitas vezes irreversíveis;
- Em caso de alerta de vendaval ou granizo, buscar abrigar o veículo em local seguro, como uma garagem coberta, longe de árvores de grande porte, postes ou estruturas frágeis;
- Em áreas de risco de deslizamento, evitar estacionar ou transitar por encostas e áreas de risco durante ou após chuvas fortes.
A importância da escolha informada em um cenário de risco
Diante do aumento dos eventos climáticos extremos no Brasil, a proteção do veículo contra esses riscos deixa de ser uma precaução secundária e se torna uma parte essencial do planejamento financeiro do motorista.
A escolha entre seguro tradicional e proteção veicular deve ir além da comparação de custos iniciais e considerar a natureza do serviço, a previsibilidade dos gastos futuros, a garantia real de cobertura em caso de sinistro (especialmente em desastres generalizados) e a solidez regulatória da entidade prestadora.
Uma cotação cuidadosa, a leitura atenta das cláusulas contratuais e a verificação da regularidade da entidade junto à SUSEP são os fundamentais para tomar uma decisão informada. Ignorar o fator climático no planejamento de proteção veicular é um risco financeiro que poucos podem se dar ao luxo de correr no cenário brasileiro atual.